quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Coletiva - AESPE - Romildo Nunes e Roberto Luna





A Associação das Escolas de Samba de Pernambuco - AESPE - é um entidade representativa de escolas de samba do estado de Pernambuco, Brasil. Foi fundada como uma dissidência da FESAPE, organizando seu primeiro concurso carnavalesco a partir de 2000 até 2002, quando para o ano seguinte a Fundação de Cultura da Cidade do Recife assumiu o evento, unificando novamente a competição. Apesar disso, ainda as escolas de samba estão divididas entre FESAPE e AESPE, reconhecendo uma ou outra como seu órgão representativo oficial junto ao poder público e instituições privadas.


A AESP é ligada à Associação Carnavalesca de Pernambuco. Entre as escolas filiadas à AESPE atualmente estão: Estudantes de São José, Unidos de São Carlos, Queridos da Mangueira, Deixa Falar e Preto Velho, Galeria do Ritmo.

História - Nos anos 30, surgiam as batucadas no Recife, que seriam as antecessoras das escolas de samba pernambucanas. Depois que viram o desfile das "duvidosas", formadas por marinheiros de um navio carioca que aportou no Recife, em 1945, após a segunda guerra mundial, foi que as batucadas começaram a se organizar, sendo os primeiros concursos oficiais de escolas de samba organizados a partir dos anos 50. Inicialmente os concursos eram organizados pela Federação Carnavalesca de Pernambuco, e posteriormente pela UNESPE.

As principais escolas de samba dessa época eram Gigante do Samba, Limonil, Império do Asfalto, a Dois de Julho, a Quatro de Outubro. No início, havia apenas uma divisão do samba recifense, onde desfilavam Gigante, Estudantes de São José, Limonil, Quatro de Outubro, Dois de Julho e Labariri. Com a criação de novas escolas foi criado o Grupo 2. Não havia ascensão e rebaixamento. Com a mudança de nome da UNESPE para FESAPE, foram criadas outras divisões: Grupo 3 e Grupo Aspirante.

Até então, as escolas não se preocupavam com a questão da ascensão e rebaixamento, pois sempre uma grande ajudava uma pequena do segundo grupo. Por exemplo: Estudantes ajudava Estudantes do Pina (ambas vermelho e branco). Gigante ajudava Império do Samba. Muitos batuqueiros da Galeria do Ritmo e da Samarina saíam na Estudantes. Samarina pedia a Estudantes as fantasias de alas do ano anterior, não havendo muito rigor nos concursos. De todas as escolas que eram do segundo grupo e prosperaram foi apenas a Galeria que subiu de grupo após ser enxertada com uma grande discidência ocorrida dentro de Gigante. Daí surgiu a grande rivalidade entre estas duas escolas. Antes era Gigante x Estudantes.

O primeiro ano que começou o rebaixamento foi em 1978. No ano anterior, 1977, não houve concurso para o 1º Grupo: por problemas entre as escolas deste (neste ano, apenas, Estudantes, Gigante e Limonil), o então o prefeito da Cidade (Dr. Antônio Farias) anulou o concurso deste grupo. Como a Escola Império do Samba (2º grupo) se apresentou muito bem, recebeu os prêmios destinados ao 1º e 2º grupos e o direito de, no ano seguite, se apresentar como escola de primeira. No ano seguinte (1978) Estudantes e Limonil, em protesto ao gesto do prefeito, não participaram do carnaval, somente Gigante e Império do Samba participando do grupo principal, cada uma desfilando em um dia diferente, sendo as duas consideradas campeãs.

Em 1978 não houve rebaixamento; subiu a Escola de Samba Samarina, campeã do 2º Grupo. Em 1979 participaram do desfile do 1º Grupo Estudantes, Gigante, Império e Samarina. A última colocada foi Gigante. Não foi rebaixada porque as outras três fizeram um abaixo-assinado para que a mesma continuasse no primeiro grupo. O pessoal de Gigante esconde este fato. Para 1980 sobe a Galeria do Rítmo, campeã do 2º grupo em 1979. Ninguém desceu, também, com o resultado do carnaval de 1980. Campeã Estudantes, vice Galeria, 3º Samarina, 4º Gigante e 5º Limonil.

A reconstituição histórica do carnaval antigo do Recife, empreendida atualmente por vários pesquisadores, é um ponto de difícil pesquisa, pois o material da maioria das agremiações é perdido devido a diretorias que não têm se preocupado com a conservação de sua história. Livros de atas de muitas agremiações foram perdidos diversas vezes, principalmente em ocasiões de mudanças de diretoria.

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