quinta-feira, 11 de março de 2010
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À espera de boas notícias
Augusto Nunes, ex-editor de Veja, ex-editor-chefe do Estadão, ex-editor-chefe de Zero Hora e, mais recentemente, ex-vice-presidente de assuntos corporativos do BankBoston, também era leitor assíduo de releases: "Quando estava na redação, sempre li tudo o que me chegava às mãos e lamentava quando via envelopes fechados no lixo. Samuel Wainer gostava de abrir todos os envelopes para saber que informações chegavam. E para cada envelope que abria tinha a esperança de encontrar a notícia sempre tão esperada e importante. Gosto de me lembrar disso e não sei porque tem gente que não faz isso. Nunca vi um jornalista ficar bravo com uma boa notícia, venha ela por correio, fax ou telefone."
Danuza Leão, colunista do Jornal do Brasil, recebe muito material de assessorias, mas 80% do que chega só interessa aos assessores e a seus clientes. "Querem vender o peixe deles. Quando interessa à coluna, ao leitor, a gente publica", diz. Em sua opinião, há assessorias que costumam oferecer informações quentes, "mas há outras que a gente já sabe que só dão geladas".
Para as redações, a qualidade da informação nos releases é fundamental. Por isso, o manual da Fenaj recomenda, como regra básica, "nunca abrir mão do critério jornalístico na elaboração da notícia destinada aos veículos de comunicação. Ela é essencial para que não se percam o valor e a utilidade da informação. Sempre que há o relaxamento desse rigor, o que se segue é uma completa descaracterização dessa importante peça da assessoria de imprensa. Notícias banais e fúteis só servem para seu próprio descrédito." Na prática, do amontoado de releases que chegam às redações, não mais de 1% geram interesse, segundo Thales Guaracy, da Veja.
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